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NOITE DE NUPCIAS

Revista Contigo

Todas reclamam que, segundo a tradição, a noiva não jogou o buquê e que isso dá azar.

Azar ou não, a noivinha se estrepa na noite de núpcias. Ela tem o primeiro choque ao chegar ao prédio onde mora com Heitor. Toda meiga e singela pede para ele levá-la no colo pelas escadas até o quarto do casal. O moço olha os degraus, faz cara de má vontade e não atende o pedido romântico sob a alegação de que é “muito fraquinho”. Porém, no quarto, ele mostra que tem a força de um Rambo. Quando Marília veste uma camisola sensual e se aproxima do marido, ele a afasta com violência, alucinado com as lembranças dela nos braços de seu irmão, deitados sob um monte de feno, aos beijos. Aos gritos ele diz,

_ Eu nunca vou conseguir superar as recordações da traição. Nunca, Marília! Por mais que eu tente, não dá!

Ela reage. Diz que o ama, que Fernando é coisa do passado. Tudo em vão, O marido não consegue esquecer os fantasmas dos velhos tempos e curtir as delícias da lua-de-mel.

Enfim, depois do bate-boca, ele dorme um sono pesado. De manhã, ao acordar, Marília não está ao seu lado. À essa altura, já chegou em casa e está aos prantos nos braços do pai, dizendo que foi rejeitada. Indignado, Donato pergunta se Heitor queria apenas uma noiva de enfeite, dessas de pôr no bolo. A ela só resta responde: “Eu fiz tudo o que podia, papai”.

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